domingo, 18 de novembro de 2012

Ninguém é de Ninguém

     

       Roberto deixou a sala de Osíris sentindo-se leve, alegre. Toda a angústia havia passado. Ele forçara Gabriela a um casamento indesejado. Por isso nunca tivera certeza de que ela o amava.
       Reconhecia que cada um é livre para amar e que isso acontece naturalmente, sem que a vontade interfira. A atração entre os seres obedece a critérios próprios cujo mistério nem sempre se pode explicar...
    ...Então ele entendeu por que ele fora atingido e ela poupada. Ele tinha sido o culpado pelo que acontecera. Se tivesse confiado nela, ainda estaria no mundo, ao lado de sua família....



       Há quem pense que sentir ciúme é provar que se ama ardentemente. Até descobrir que ele transforma a sua vida amorosa em dolorosa tragédia que termina em amarga separação.
       Se fizermos as contas, perceberemos que sofremos mais com as pessoas que amamos do que com aquelas que nos odeiam.
       O que você chama de amor, não será apenas paixão?
       Você vive se inferiorizando por não conseguir atingir os seus vaidosos ideais e sempre escolhe alguém que terá a terrível tarefa de fazê-lo sentir-se melhor. Tortura essa pessoa para que ela lhe dê uma exaustiva atenção, a mesma que você se nega.
       Luta para ser o dono absoluto do outro, como se o fato de gostar lhe desse esse direito.
       Esta história o fará refletir sobre o falso e o verdadeiro amor e perceber que a vida afetiva é um constante exercício de autodomínio.
       No final descobriremos que só possuímos a nós mesmos, pois ninguém é de ninguém!


                                                                                                                       Zíbia Gasparetto

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